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Alongamento da Dívida Rural: Aspectos Legais, Requisitos e Consequências para os Produtores

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O alongamento da dívida rural tem se consolidado como uma alternativa importante para os produtores rurais, especialmente diante das dificuldades econômicas e climáticas que afetam o setor agrícola brasileiro. Esse mecanismo possibilita a renegociação dos débitos, proporcionando prazos mais longos para o pagamento e contribuindo para a continuidade das atividades agropecuárias. Contudo, o direito ao alongamento não é automático, sendo necessário atender a condições específicas estabelecidas no Manual de Crédito Rural (MCR), norma que regula as operações financeiras relacionadas ao agronegócio no país.

Requisitos para a Concessão do Alongamento

Para que o alongamento da dívida seja concedido, o produtor rural deve cumprir alguns requisitos essenciais. Um deles é a solicitação administrativa junto à instituição financeira, além da comprovação de que a prorrogação é essencial para a viabilidade econômica do empreendimento rural. Um exemplo ilustrativo sobre o processo de concessão do alongamento é a decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG), que, no Agravo de Instrumento nº 10000221944960001, suspendeu a execução da dívida de um produtor rural até que o pedido de alongamento fosse analisado judicialmente. A decisão foi fundamentada na orientação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que entende que, enquanto o pedido de prorrogação estiver sob avaliação, não é possível considerar o devedor inadimplente.

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O desembargador Manoel dos Reis Morais, relator do caso, destacou que, para a concessão da tutela de urgência, é necessário demonstrar a “probabilidade do direito” e o “perigo de dano”, conforme prevê o artigo 300 do Código de Processo Civil. No caso concreto, o produtor conseguiu comprovar que atendia aos requisitos do MCR e que, sem a prorrogação, sua atividade agrícola estaria em risco. Além disso, a decisão do tribunal determinou que o nome do produtor não poderia ser negativado enquanto a análise do pedido estivesse em andamento, uma medida crucial para evitar que a negativação prejudicasse a obtenção de novos créditos.

Implicações Práticas do Alongamento para os Produtores

A possibilidade de alongar a dívida rural não é apenas uma questão de fôlego financeiro, mas uma estratégia essencial para a sobrevivência dos produtores rurais, que enfrentam desafios constantes, como variações climáticas, flutuações nos preços dos produtos e crises globais que impactam os custos de insumos e a exportação. A suspensão da execução da dívida, como reconhecido pela decisão do TJ-MG, oferece aos produtores o tempo necessário para reorganizar suas finanças e planejar as atividades da próxima safra.

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No entanto, para que o alongamento seja efetivo, é fundamental que os produtores estejam atentos aos requisitos do MCR e compreendam as condições impostas pelas instituições financeiras. A decisão judicial também destaca a importância do equilíbrio entre os direitos dos produtores e as necessidades do sistema financeiro, já que bancos e cooperativas de crédito também necessitam de segurança jurídica para suas operações.

O Papel da Orientação Jurídica

Para os advogados que atuam no setor, o acompanhamento jurídico adequado é crucial. O especialista Marco Túlio Elias Alves, advogado e doutor em Direito, enfatiza que os profissionais da área devem estar atentos às normativas do MCR e às recentes decisões judiciais para garantir que seus clientes possam obter os melhores resultados possíveis.

O debate sobre o alongamento da dívida rural continua a se expandir, e sua aplicação prática dependerá do alinhamento entre produtores, instituições financeiras e o Judiciário. O desafio está em criar um ambiente no qual o crédito rural seja não apenas uma ferramenta de financiamento, mas também um meio de promover o desenvolvimento sustentável do agronegócio no Brasil.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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Feira do Centro chega à 6ª edição revitalizando o coração de Cuiabá

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O centro histórico de Cuiabá volta a ganhar vida neste sábado (18), das 8h às 16h, com a 6ª edição da Feira do Centro, realizada no Calçadão da Rua Galdino Pimentel. A iniciativa, apoiada pela Prefeitura de Cuiabá, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho, Turismo e Agricultura, consolida-se como um espaço de convivência, cultura e fortalecimento do comércio local.

Entre as novidades desta edição está a instalação de novos pontos de energia com tomadas, ampliando a estrutura para os expositores e garantindo mais conforto e funcionalidade ao público. A segurança durante todo o evento será reforçada pela Polícia Militar, que atuará em parceria com as equipes de apoio e fiscalização das secretarias municipais.

A feira reúne empreendedores locais, artistas, produtores da agricultura familiar, artesãos e expositores de antiguidades, transformando o Calçadão da Galdino Pimentel em um ponto de encontro entre cultura, economia e lazer. A Empresa Cuiabana de Zeladoria e Serviços Urbanos (Limpurb) é responsável pela limpeza e manutenção do espaço, que recebe atenção especial antes e após o evento.

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A programação cultural desta edição promete emocionar o público. Entre as atrações confirmadas está o Projeto de Musicalização Através da Viola de Cocho, que leva ao palco o som tradicional mato-grossense e valoriza a herança cultural da região. Outras apresentações artísticas também estão previstas ao longo do dia.

Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho, Turismo e Agricultura, Fernando Medeiros, a feira já se tornou um símbolo do processo de revitalização do centro histórico. “A Feira do Centro é uma ação permanente de valorização econômica e cultural. Queremos que as pessoas redescubram o centro, voltem a caminhar por ele e se sintam parte dessa história. Cada edição é uma oportunidade de fortalecer os laços entre a cidade e sua memória”, destacou.

A iniciativa é resultado de um trabalho integrado entre as secretarias municipais de Cultura, Ordem Pública (Sorp), Mobilidade Urbana e Segurança Pública (Semob), Serviços Urbanos (Semosp) e Limpurb, que atuam de forma conjunta para garantir o bom andamento do evento e o bem-estar dos participantes.

Para o secretário de Cultura, Jhonny Everson, o sucesso da feira está na soma de esforços e na resposta do público. “Temos buscado parceiros culturais que acreditam nesse processo de revitalização. A ideia é transformar o centro em um palco permanente de arte, música e convivência”, afirmou.

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A cada edição, a Feira do Centro reafirma seu papel como vitrine do empreendedorismo e da identidade cuiabana. No calor das manhãs e tardes de sábado, o Calçadão volta a ser ocupado por cores, aromas e sons que contam a história de uma cidade viva e em movimento.

Empreendedores interessados em participar das próximas edições podem se cadastrar no banco de dados de feirantes da Prefeitura por meio do formulário disponível aqui.

#PraCegoVer
A imagem que acompanha a matéria traz o ambiente da Feira do Centro, em uma de suas edições, com barracas de comércio e o movimento de pedestres na rua revitalizada..

Fonte: Prefeitura de Cuiabá – MT

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