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Mercado do açúcar oscila com incertezas sobre exportações indianas e produtividade da cana no Brasil

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Açúcar registra volatilidade nas bolsas internacionais

O mercado global de açúcar apresentou oscilações nos últimos pregões, refletindo a combinação de ajustes técnicos e incertezas sobre as exportações da Índia, um dos maiores produtores mundiais da commodity.

Na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), o contrato para março/2026 chegou a 14,52 centavos de dólar por libra-peso, alta de 1,89% em relação ao fechamento anterior. Já o vencimento maio/2026 encerrou cotado a 14,07 centavos (+1,5%).

No entanto, o movimento não se manteve. Na quinta-feira (13), os preços voltaram a cair: o março/26 recuou para 14,48 cents/lb (-0,28%), o maio para 14,04 cents (-0,21%) e o julho para 13,97 cents (-0,14%).

Em Londres, o açúcar branco também fechou em queda, com o contrato dezembro/2025 cotado a US$ 416,30 por tonelada (-0,36%).

Exportações indianas seguem como fator de influência no mercado

A recente volatilidade nos preços foi impulsionada por um movimento de cobertura de posições vendidas, motivado por sinais de que a Índia poderá exportar menos açúcar do que o previsto anteriormente.

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Segundo informações da Bloomberg, o Ministério da Alimentação da Índia avalia autorizar a exportação de 1,5 milhão de toneladas na safra 2025/26, abaixo das estimativas anteriores de 2 milhões de toneladas.

O país asiático mantém um sistema de cotas de exportação desde a safra 2022/23, implantado após chuvas tardias reduzirem a produção e limitarem a oferta interna. Caso a nova proposta seja confirmada, a restrição tende a sustentar os preços no mercado internacional.

Produtividade da cana-de-açúcar cresce em outubro, mas queda se mantém no acumulado da safra

Enquanto o mercado internacional reage às decisões indianas, o setor sucroenergético brasileiro apresentou resultados positivos de produtividade em outubro, segundo o Boletim De Olho na Safra, do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC).

A produtividade média da cana-de-açúcar na região Centro-Sul cresceu 4,3% no comparativo com o mesmo mês da safra anterior, passando de 61,9 toneladas por hectare (2024/25) para 64,6 t/ha (2025/26).

Contudo, no acumulado entre abril e outubro, houve queda de 5,1% na produtividade, de 79,8 t/ha para 75,7 t/ha.

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Qualidade da cana apresenta leve avanço

A qualidade da matéria-prima, medida pelo ATR (açúcares totais recuperáveis), mostrou melhora pontual em outubro, com aumento de 0,9%, passando de 149,2 kg/tc na safra 2024/25 para 150,6 kg/tc em 2025/26.

No entanto, no acumulado do ciclo, o ATR apresentou recuo de 1,5%, caindo de 138,3 para 136,2 kg/tc, o que pode impactar a produção total de açúcar e etanol das usinas da região.

Panorama: mercado atento a fatores climáticos e políticas de exportação

O cenário atual do mercado global de açúcar permanece sensível às decisões políticas da Índia, que influenciam diretamente o equilíbrio entre oferta e demanda.

Paralelamente, o desempenho agrícola no Centro-Sul do Brasil — responsável pela maior parte da produção nacional — segue condicionado ao clima e ao manejo dos canaviais, fatores decisivos para o comportamento dos preços nas próximas semanas.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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Global Methane Hub lança fundo de US$ 30 milhões para reduzir emissões de metano no cultivo de arroz

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Fundo global vai financiar pesquisas para reduzir metano nas lavouras de arroz

O Global Methane Hub anunciou a criação de um fundo de US$ 30 milhões destinado a acelerar o desenvolvimento de tecnologias e práticas agrícolas voltadas à redução das emissões de metano no cultivo de arroz.

A iniciativa foi apresentada durante a Global CSA Conference, realizada nesta semana em Brasília, com organização da Clim-Eat, do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), do Ministério da Agricultura, Pesca, Segurança Alimentar e Natureza dos Países Baixos e da Universidade de Brasília (UnB).

Batizado de Acelerador de Inovação em Metano do Arroz, o programa tem como meta captar pelo menos US$ 100 milhões em recursos públicos e privados. O projeto já conta com o apoio de instituições internacionais como a Fundação Gates, Philanthropy Asia Alliance, Quadrature Climate Foundation e Temasek Life Sciences Laboratory.

Quatro frentes de pesquisa guiarão o desenvolvimento das soluções

O acelerador tem como objetivo ampliar as opções tecnológicas disponíveis para reduzir as emissões e melhorar a eficiência produtiva e hídrica da cultura do arroz.

Os investimentos se concentrarão em quatro áreas-chave de pesquisa:

  • Genética e fisiologia vegetal
  • Microbioma do solo
  • Agronomia
  • Medição de emissões
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A iniciativa prevê a criação de um roteiro de inovação que será lançado em 2026, com foco em desenvolver e validar soluções práticas para os diferentes sistemas de produção de arroz no mundo.

Arroz irrigado é responsável por 8% das emissões globais de metano

Atualmente, 90% das lavouras de arroz do planeta são cultivadas em áreas inundadas, condição que favorece a formação de bactérias produtoras de metano. Esse processo natural é responsável por 8% das emissões globais desse gás de efeito estufa e consome cerca de 40% de toda a água de irrigação utilizada na agricultura mundial.

Diante desse cenário, o programa tem como uma de suas prioridades estimular o cultivo de arroz aeróbico, produzido sem o alagamento das lavouras. Essa técnica, além de reduzir emissões, também diminui o consumo de água e aumenta a eficiência produtiva.

Brasil é referência em pesquisa e inovação no cultivo de arroz

O Brasil foi destacado como exemplo global na adoção de práticas sustentáveis e no desenvolvimento de tecnologias agrícolas. A Embrapa e diversas universidades brasileiras têm desempenhado papel central na pesquisa de sistemas de cultivo de arroz aeróbico de alto rendimento, integrados a rotações agrícolas economicamente viáveis e ambientalmente responsáveis.

“O Brasil está tendo grande sucesso em integrar o arroz aeróbico a sistemas de rotação, obtendo ganhos econômicos e ambientais. Isso está totalmente alinhado com a estratégia global que estamos construindo”, afirmou Hayden Montgomery, diretor do Programa de Agricultura do Global Methane Hub.

Redução do metano é essencial para segurança alimentar e ação climática

Segundo Montgomery, o metano é um gás de efeito estufa potente, mas de curta duração, e a sua redução é fundamental para conter o aquecimento global e garantir a segurança alimentar mundial.

“A transição para uma agricultura de baixas emissões é indispensável, mas ela não pode ocorrer às custas da produção de alimentos e dos meios de subsistência dos produtores”, destacou.

O novo acelerador vai complementar soluções de mitigação já existentes, como o método AWD (Alternate Wetting and Drying), desenvolvido pelo Instituto Internacional de Pesquisa do Arroz (IRRI), que reduz as emissões de metano entre 30% e 70% sem comprometer a produtividade.

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Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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