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Mercado de feijão mantém preços firmes em outubro com oferta controlada e demanda cautelosa

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Mercado de feijão mantém preços firmes em outubro com oferta controlada e demanda cautelosa

O mercado brasileiro de feijão apresentou comportamento distinto em outubro, com diferenças marcantes entre os tipos carioca e preto. Enquanto o feijão carioca registrou estabilidade com leve tendência de alta, o feijão preto sofreu com liquidez baixa e estoques elevados. As condições de oferta, demanda e clima foram determinantes para o cenário atual, segundo o analista da Safras & Mercado, Evandro Oliveira.

Feijão carioca: equilíbrio tenso com preços sustentados

Após período de liquidez restrita e demanda enfraquecida, o feijão carioca avançou em outubro com uma recuperação técnica consolidada. Segundo Evandro Oliveira, a oferta segue controlada, majoritariamente formada por sobras de armazém e cargas pontuais de Minas Gerais e Goiás, muitas retidas pelos produtores à espera de melhores condições comerciais.

“A disponibilidade atual é formada, em grande parte, por sobras de armazém e cargas pontuais, muitas delas retidas pelos produtores”, afirmou o analista.

A qualidade do produto segue como fator decisivo nas negociações. Enquanto alguns lotes apresentam problemas de umidade e ressecamento, outros, como o tipo Dama, alcançam notas 9 e são altamente demandados por atacadistas e cerealistas, chegando a R$ 320,00/saca, com firmeza nos negócios e baixo risco de queda de preço.

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No varejo, a demanda se manteve seletiva, com compras pontuais. O mercado externo, por sua vez, sustentou os preços, mesmo com volumes limitados de exportação. A combinação de dólar valorizado e oferta controlada contribuiu para manter a estabilidade das cotações, apesar do consumo interno fraco.

Oliveira descreve o cenário como um “equilíbrio tenso: preços firmes, mas giro lento; compradores cautelosos, mas vendedores resistentes em reduzir valores”.

Clima e safra das águas influenciam perspectivas

O clima continuou sendo variável-chave em outubro. Chuvas irregulares, risco de estiagem localizada e frio tardio geraram preocupação sobre a instalação das primeiras lavouras da safra das águas. Combinado ao câmbio firme, esse cenário deve sustentar os preços até dezembro, quando as primeiras colheitas poderão redefinir o equilíbrio de mercado.

Feijão preto enfrenta liquidez baixa e excesso de oferta

Diferente do carioca, o feijão preto manteve liquidez mínima e negociações quase paralisadas. Apesar do suporte cambial e aumento das exportações, o volume embarcado ainda é insuficiente para reduzir o alto nível de estoques internos.

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As cotações ficaram estáveis em termos nominais, com referências FOB entre R$ 137 e R$ 138/saca em praças como Chapecó e Ponta Grossa. Segundo Oliveira, a aparente estabilidade esconde uma pressão moderada de baixa, causada pela ausência de compradores domésticos e lentidão do varejo, que opera com estoques de passagem.

O plantio da primeira safra no Sul avança lentamente devido a frio tardio, períodos de seca e alta presença de mosca-branca, fatores que elevam custos e exigem manejo mais intenso. Isso deve resultar em forte redução de área cultivada, especialmente no Paraná e Rio Grande do Sul, atuando como fator de sustentação futura dos preços.

Exportações seguem sendo o principal suporte, com embarques crescentes para países vizinhos da América do Sul e Caribe, impulsionados pelo dólar valorizado e boa aceitação do feijão brasileiro. Entretanto, a dependência do mercado externo deixa o setor vulnerável a variações cambiais e logísticas.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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Clima favorece produção e mercado de milho fecha outubro com pouca movimentação

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O mercado brasileiro de milho encerrou outubro com a comercialização praticamente estagnada. De acordo com a Safras Consultoria, produtores tentaram especular preços mais altos durante o mês, reduzindo a oferta disponível para venda. A estratégia considerou fatores como o clima favorável, o comportamento dos preços internacionais e a variação do dólar.

Apesar das tentativas, a procura pelo cereal permaneceu limitada. Compradores adquiriram apenas os lotes necessários para atender demandas imediatas, o que manteve a movimentação do mercado em níveis baixos.

Chuvas melhoram condições de cultivo

O retorno das chuvas em diversas regiões do país beneficiou áreas com plantio mais adiantado, especialmente no Sul do Brasil, e favoreceu o andamento do cultivo nas demais localidades. Com isso, os esforços de alta nos preços perderam força, mantendo as cotações relativamente estáveis ao longo do mês.

Cenário internacional influencia preços

No mercado global, a especulação também marcou outubro. A expectativa de uma grande safra norte-americana pressionaria os preços do milho, mas a paralisação do governo dos Estados Unidos e a não divulgação de relatórios sobre colheita, produção e vendas semanais do cereal sustentaram a valorização.

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Além disso, o encontro esperado entre Estados Unidos e China para retomar negociações comerciais aumentou a expectativa de crescimento na demanda pelo milho norte-americano. Esses fatores indicam possíveis mudanças no cenário internacional em novembro.

Preços internos do milho

O valor médio da saca de milho no Brasil, em 30 de outubro, foi de R$ 63,77, alta de 0,38% em relação a setembro (R$ 63,54). No mercado disponível ao produtor, as cotações apresentaram variações regionais:

  • Cascavel/PR: R$ 61,00, estável
  • Campinas/CIF/SP: R$ 68,00, +0,74%
  • Mogiana/SP: R$ 66,00, +6,45%
  • Rondonópolis/MT: R$ 61,00, -1,61%
  • Erechim/RS: R$ 72,00, estável
  • Uberlândia/MG: R$ 63,00, estável
  • Rio Verde/GO: R$ 58,00, estável
Exportações de milho

O line-up de embarques dos portos brasileiros indicou que, em outubro, poderiam ser exportadas 5,779 milhões de toneladas de milho, sendo 5,387 milhões já embarcadas e 391,920 mil toneladas ainda previstas.

Para novembro, a previsão é de 4,754 milhões de toneladas, enquanto dezembro terá exportações projetadas de 68 mil toneladas. No período de fevereiro/2025 a janeiro/2026, o line-up acumula 31,675 milhões de toneladas programadas para exportação.

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Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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