Tribunal de Justiça de MT

Duas turmas encerram ciclo de capacitação da Corregedoria sobre Sistema Nacional de Adoção

Publicado em

Duas turmas de magistrados e servidores estão passando pela capacitação sobre o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA). Com isso mais de 100 magistrados e servidores de 30 comarcas do Estado participam deste encontro virtual, que encerra o ciclo de palestras promovido pela Corregedoria-Geral da Justiça de Mato Grosso (CGJ-MT), por meio da Comissão Estadual Judiciária de Adoção (CEJA-MT) em parceria com a Escola dos Servidores do Poder Judiciário.

O treinamento, que acontece de forma virtual pela plataforma Microsoft Teams, teve início nesta terça-feira (5/8) e segue até quinta-feira (7/8). De maio a agosto foram realizadas quatro turmas, que reuniram mais de 300 profissionais de todo o Estado.

A iniciativa tem como objetivo aumentar a eficiência na aplicação das ferramentas do sistema e melhorar o cadastramento de crianças, adolescentes e pretendentes à adoção. O treinamento visa aprimorar o trabalho dos profissionais envolvidos na proteção de crianças e adolescentes, e garantindo maior agilidade e eficiência nos processos de adoção e acolhimento em Mato Grosso.

O corregedor-geral da Justiça de Mato Grosso, desembargador José Luiz Leite Lindote, destacou a importância dessa capacitação para fortalecer o trabalho de todos na área de adoção e acolhimento. “O sistema é fundamental não só para manter dados atualizados, mas também para o controle efetivo das crianças e adolescentes acolhidos, impactando positivamente em suas vidas”, disse.

Leia Também:  Conselho Nacional de Justiça promove 3º Webinário Prevjud Explicado

Print da tela: o palestrante Diógenes Augusto conversa com os participantes; ele está mostrando detalhes do SNA secretária-geral da CEJA-MT, Elaine Zorgetti Pereira, agradeceu a presença de todos e comentou sobre a necessidade de ajustar a agenda para reunir, neste encontro, as duas últimas turmas. Ela ressaltou que a capacitação tem sido muito elogiada por sua abordagem técnica, acessível e objetiva, além de mexer diretamente com a vida das crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. “Recebemos muitos elogios e perguntas, o que mostra o quanto essa formação é importante para quem atua na área”, afirmou.

Todos os treinamentos foram ministrados pelo analista judiciário do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, Diógenes Augusto Ferracini Silveira Duarte. O facilitador aborda tópicos como: apresentação geral do SNA; manipulação correta dos cadastros e vínculos; acompanhamento de crianças e adolescentes por meio do sistema e seus relatórios; produção de guias de acolhimento e desacolhimento de forma rápida e objetiva; regularização de cadastros com falhas; registro correto de acolhimentos, guardas e adoções sob a tutela da comarca; além de estratégias para reduzir o tempo de institucionalização por meio de um acompanhamento cuidadoso.

Leia Também:  Poder Judiciário funciona em regime de plantão neste final de semana

“É um prazer imenso estar com vocês. Espero que, após esses três dias, os senhores conheçam melhor essa importante ferramenta. A ideia aqui é mostrar, na prática, como o sistema funciona, para que os senhores tenham maior controle do trâmite processual e, principalmente, cuidem das nossas crianças e adolescentes”, pontuou.

Autor: Larissa Klein

Fotografo:

Departamento: Assessoria de Comunicação da CGJ-TJMT

Email: [email protected]

Fonte: Tribunal de Justiça de MT – MT

COMENTE ABAIXO:
Advertisement

Tribunal de Justiça de MT

Sistema de Justiça Criminal de MT debate câmeras corporais e vigilância

Published

on

O 6º Encontro do Sistema de Justiça Criminal de Mato Grosso, realizado na manhã de quinta-feira (29 de outubro), em Cuiabá, trouxe para o centro do debate um dos temas mais sensíveis e atuais da segurança pública e do direito: a implementação e o uso de tecnologias de vigilância, como as câmeras corporais (bodycams) e o reconhecimento facial. O encontro debateu a busca por maior segurança e transparência com a preservação dos direitos e garantias fundamentais.

Presidido pelo ministro Teodoro Silva Santos (STJ), o debate contou com a participação, como palestrante, do defensor público Fernando Rodolfo Mercês Moris (DP/SP), e como debatedores do promotor de Justiça Renee do Ó Souza (MPMT), do juiz de Direito Leonardo Issa Halah (TJSP) e do advogado Vinicius Segatto Jorge da Cunha (OAB/MT).

O tema central do painel foi o dilema entre a eficácia na prevenção e investigação de crimes por meio da tecnologia e a preservação dos direitos fundamentais, como a liberdade, a intimidade e a não discriminação. A discussão aprofundou-se na seguinte questão: se a adoção dessas tecnologias representa um dever do Estado de garantir a segurança pública e fiscalizar a atuação policial, ou se deve ser encarada primariamente como um direito social à transparência, à proteção de dados e à não violência.

O defensor público Fernando Moris abordou as complexidades das implicações do uso dessas tecnologias, especialmente no que tange aos direitos à privacidade, à proteção de dados e à forma como a tecnologia estabelece um novo status para a segurança pública. Segundo ele, as câmeras corporais retratam a dinâmica anímica dos fatos, e o reconhecimento facial por algoritmos levanta o questionamento sobre o papel da tecnologia como dado jurídico ou como substituto da testemunha presencial.

Leia Também:  Falecimento de servidora: comarca de Sorriso suspende expediente na data de hoje (dia 16)

O promotor de Justiça Renee do Ó Souza apresentou estudos e decisões que demonstram o impacto da tecnologia na atuação policial, destacando o chamado “efeito de resfriamento” observado em São Paulo, onde houve diminuição significativa de excessos na atuação dos agentes após a adoção das câmeras corporais. O promotor também alertou para a exposição de agentes públicos e de investigações técnicas, aspectos que, segundo ele, são frequentemente negligenciados.

O juiz Leonardo Issa Halah trouxe à discussão decisões relevantes, como o HC 598.051 do STJ, que estabeleceu parâmetros rigorosos para o ingresso policial em domicílios, e o RE 1.342.077 do STF, que relativizou a exigência de gravação audiovisual. Para o magistrado, é inadmissível que, em pleno ano de 2025, com tecnologia acessível ao Estado, não se utilize câmeras corporais como instrumento mínimo de auditabilidade e verificabilidade das diligências policiais.

O advogado Vinícius Segatto Jorge da Cunha destacou a importância da criação de novas formas de aferição da justiça e apontou a redução da letalidade como argumento suficiente para a adoção das câmeras corporais. Segundo ele, esse mecanismo também contribui para a preservação da cadeia de custódia e evita condenações baseadas exclusivamente em provas testemunhais.

Leia Também:  Poder Judiciário de Mato Grosso

O ministro Teodoro Silva Santos parabenizou o debate e reforçou que o tema está em constante evolução, exigindo um marco regulatório sólido que garanta que o avanço tecnológico na segurança pública não resulte em retrocessos nos direitos individuais, e que não há respostas fáceis para a tensão entre o dever estatal de garantir segurança e o direito social à privacidade, sendo essa uma das principais tensões democráticas do século XXI. “A relação entre os direitos fundamentais e a segurança pública deve ser analisada sob a perspectiva da harmonização e da preponderância dos valores constitucionais, sempre em prol das garantias fundamentais”, defendeu o ministro.

O consenso estabelecido foi de que a tecnologia é uma ferramenta cujo uso deve estar sempre submetido aos princípios da legalidade, necessidade, proporcionalidade e, acima de tudo, ao respeito à dignidade da pessoa humana.

Autor: Júlia Munhoz

Fotografo: Josi Dias

Departamento: MPMT

Email: [email protected]

Fonte: Tribunal de Justiça de MT – MT

COMENTE ABAIXO:
Continuar lendo

CUIABÁ

MATO GROSSO

POLÍCIA

FAMOSOS

ESPORTES

MAIS LIDAS DA SEMANA