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O triunfo da cooperação

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Esse projeto nasceu do encontro do arrojado e destemido pioneiro do cooperativismo, Aury Luiz Bodanese, que presidia a Cooperativa Mista Agropastoril Chapecó, com Setembrino Zanchet, na época gerente do Banco do Brasil.

Era o final da década de 1960. Aquelas duas lideranças tinham uma visão muito nítida do futuro: tornava-se imperativo para o desenvolvimento regional que o oeste catarinense deixasse de ser simples fornecedor de matéria-prima e passasse a industrializar proteínas animal e vegetal.

O projeto de Bodanese e Zanchet consolidou-se quando, em 15 de abril de 1969, 18 dirigentes representando oito cooperativas formalizaram a criação da Coopercentral. Nessas cinco décadas e meia construímos – a muitas mãos – esse grande complexo de produção de proteína animal chamado Cooperativa Central Aurora Alimentos, notabilizada nos mercados nacional e mundial como Aurora Coop.

Na comemoração do 55º aniversário inauguramos uma moderna e avançada indústria de processamento de carne mediante investimentos de quase 600 milhões de reais. Esse é um eloquente testemunho do triunfo do cooperativismo como ideologia associativista e do modelo de negócio fundado na ética e na sustentabilidade. Faz parte da estratégia para diversificação do nosso portfólio. Busca fortalecer a posição da Aurora Coop no mercado brasileiro e, também, como player global. Porque é fundamental investir na produção e no lançamento de linhas de produtos inovadores, gerando valor para os nossos produtores rurais cooperados, colaboradores, clientes e consumidores, sem esquecer da gestão sustentável da cadeia produtiva.

Atualmente, os números testemunham a nossa condição de terceiro maior grupo brasileiro do segmento de proteína. Nossas plantas industriais processam POR DIA 32 mil suínos, 1,3 milhão de aves e 1,6 milhão de litros de leite. Mas eu não desejo me fixar nos números de nossa expressão econômica, embora eles sejam grandiloquentes. Quero realçar o extraordinário capital humano envolvido nesse universo chamado Sistema Aurora de Produção, que envolve milhares de famílias rurais e os 45.000 trabalhadores nas indústrias e unidades da Aurora Coop.

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A Cooperativa Central Aurora Alimentos pertence a 14 cooperativas filiadas que, juntas, congregam uma extraordinária base produtiva no campo formada por 85.600 famílias rurais, 85% delas tecnicamente classificadas na categoria de agricultura familiar.

O cooperativismo tem sido a catapulta do desenvolvimento do grande oeste catarinense e de extensas regiões do Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. No último triênio, somente a Aurora Coop investiu R$ 2,7 bilhões para a modernização e ampliação das unidades fabris e a aquisição de novas plantas industriais para manter a posição de terceiro maior grupo do setor.

Na área rural trabalhamos para a crescente incorporação de ciência e tecnologia, conferindo ganhos de escala nas propriedades rurais que passaram a ser geridas como verdadeiras empresas, comprometidas com a busca de resultados, em um regime de sustentabilidade e de proteção aos recursos naturais – condição sine qua nom para a perenidade do negócio. Nas nossas fábricas adotamos melhorias contínuas em todos os processos.

Nas regiões onde atuamos – e isso representa mais de 600 municípios brasileiros – as nossas cadeias produtivas da suinocultura industrial, da avicultura industrial e da pecuária leiteira injetaram volumosos recursos, fortalecendo o movimento econômico – e, por extensão, a arrecadação tributária das comunidades locais.

Citarei apenas alguns números de nosso relatório de 2023. No ano passado a geração de ICMS chegou a R$ 2,3 bilhões, o valor adicionado na atividade agropecuária (indireto) foi de R$ 11,6 bilhões e o valor adicionado na atividade industrial e comercial somou R$ 5,3 bilhões. Os investimentos nos colaboradores totalizaram R$ 2,7 bilhões, incluindo salários, encargos, benefícios etc. Isso tudo é dinheiro a irrigar as economias microrregionais.

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Mas isso vem sendo feito com grande sacrifício em face das imensas deficiências logísticas e operacionais que enfrentamos nas regiões de produção. Desde os primórdios, o grande oeste ressente-se da insuficiente presença do Estado em várias áreas e, especialmente, na infraestrutura.

As deficiências se fazem sentir nas rodovias, no suprimento de energia elétrica, nos sistemas de água, na ausência de gás para uso industrial, na inexistência de um modal ferroviário, na carência de hospitais públicos etc. Porém, com o braço forte do cooperativismo, a região aprendeu a enfrentar seus problemas e a equacionar seus desafios sem a presença do ente estatal. Contra todos os prognósticos nos tornamos o celeiro do País, erigimos um formidável sistema agroindustrial que se notabilizou no Brasil e no exterior, fazendo com que aqui nascessem e prosperassem alguns dos maiores grupos da indústria de alimentos.

Recentemente, entidades empresariais iniciaram movimento pela construção de ferrovias para assegurar a competitividade do setor e a perpetuação do sistema, uma ligando o oeste de SC com o centro-oeste brasileiro (Ferrovia Norte-Sul) e outra, ligando o oeste com o litoral (Ferrovia Leste-Oeste).

Esse quadro sugere que é hora de a representação política do grande oeste – na Assembleia Legislativa e no Congresso – priorizar a articulação conjunta de propostas coletivas em favor das grandes causas oestinas.

NEIVOR CANTON – Presidente da Aurora Coop

Fonte: MB Comunicação Empresarial/Organizacional

Fonte: Portal do Agronegócio

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Exportações de açúcar somam 3,4 milhões de toneladas e movimentam portos brasileiros

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O line-up de embarques de açúcar nos portos brasileiros indica que 86 navios aguardavam para carregar o produto até 22 de outubro, uma leve redução em relação aos 90 registrados na semana anterior, segundo levantamento da agência marítima Williams Brasil.

De acordo com o relatório, estão programadas exportações de 3,391 milhões de toneladas de açúcar, volume inferior ao da semana passada, quando haviam sido agendadas 3,727 milhões de toneladas.

Porto de Santos lidera movimentação de açúcar

O Porto de Santos (SP) concentra a maior parte dos embarques, com 2,11 milhões de toneladas. Em seguida, aparecem:

  • Paranaguá (PR): 778,2 mil toneladas
  • São Sebastião (SP): 196,6 mil toneladas
  • Maceió (AL): 178,8 mil toneladas
  • Recife (PE): 56,5 mil toneladas
  • Suape (PE): 54,5 mil toneladas
  • Imbituba (SC): 13,2 mil toneladas

O levantamento considera embarcações já ancoradas, em espera para atracação e com previsão de chegada até 2 de janeiro de 2026.

Tipos de açúcar exportados

A carga a ser embarcada é composta majoritariamente por açúcar VHP, com 3,05 milhões de toneladas. Também estão programadas exportações de açúcar Cristal B150 (187,9 mil toneladas), TBC (84 mil toneladas) e VHP ensacado (17 mil toneladas).

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Receita das exportações de açúcar em outubro

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), a receita diária média das exportações brasileiras de açúcar e melaços em outubro alcança US$ 74,002 milhões, com 13 dias úteis contabilizados. O volume médio diário exportado é de 179,586 mil toneladas, totalizando 2,33 milhões de toneladas embarcadas no mês, com receita de US$ 962,3 milhões. O preço médio do produto está em US$ 412,20 por tonelada.

Comparativo com 2024 mostra alta no volume e queda nos preços

Na comparação com outubro de 2024, houve queda de 8,1% na receita diária média e redução de 13,3% no preço médio por tonelada, que era de US$ 475,20 no ano anterior. Em contrapartida, o volume médio diário exportado apresentou alta de 5,9%, frente às 169,5 mil toneladas embarcadas por dia no mesmo período de 2024.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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