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Exportações aquecem preços do milho, mas baixa demanda interna freia valorização

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O mercado nacional de milho enfrenta um momento de instabilidade, mesmo diante do aumento nas exportações e da expectativa de uma safra recorde. A oferta restrita pelos produtores brasileiros, combinada com a demanda externa aquecida, tem dado suporte aos preços, mas o consumo doméstico lento limita altas mais expressivas, segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

Produtores priorizam exportações

De acordo com o Cepea, os produtores nacionais têm optado por reduzir a oferta no mercado spot ou manter pedidos firmes em novos negócios, motivados pela valorização nos portos e pela melhoria da paridade de exportação. “Há uma mudança clara no comportamento dos vendedores, que estão priorizando as negociações externas diante do melhor retorno financeiro”, apontam os pesquisadores.

Consumo interno segue retraído

Enquanto isso, indústrias e cooperativas permanecem conservadoras, utilizando estoques existentes e aguardando possíveis pressões de venda à medida que a colheita avança e os armazéns se aproximam da capacidade máxima. Analistas destacam que o ritmo de negociação interna abaixo do esperado impede avanços mais significativos nos preços domésticos.

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Exportações em alta impulsionam mercado

Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), compilados pelo Cepea, indicam que os embarques de milho em agosto de 2025 foram 18% superiores ao mesmo mês de 2024. O volume exportado atingiu 6,84 milhões de toneladas, representando um aumento de 13% na comparação anual. Esse desempenho é impulsionado por negociações antecipadas e pela competitividade do milho brasileiro frente a outros fornecedores internacionais.

Fatores climáticos e safra global influenciam preços

Apesar da pressão positiva do mercado externo, o clima e o volume colhido nas principais regiões produtoras ainda podem impactar as cotações. A previsão de uma safra volumosa no Brasil e nos Estados Unidos tende a aumentar a oferta global, contribuindo para o equilíbrio dos preços. Analistas reforçam que o comportamento dos produtores diante de estoques elevados e da expansão das exportações será decisivo para os próximos meses.

Expectativa e cautela marcam o mercado

O cenário atual combina otimismo com cautela: a demanda internacional sustenta os preços, mas o consumo interno contido e a oferta abundante mantêm o mercado em compasso de espera. Nos próximos meses, a evolução da colheita e o ritmo dos embarques serão determinantes para definir o rumo das cotações do milho.

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Fonte: Portal do Agronegócio

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Mercado de feijão mantém preços firmes em outubro com oferta controlada e demanda cautelosa

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Mercado de feijão mantém preços firmes em outubro com oferta controlada e demanda cautelosa

O mercado brasileiro de feijão apresentou comportamento distinto em outubro, com diferenças marcantes entre os tipos carioca e preto. Enquanto o feijão carioca registrou estabilidade com leve tendência de alta, o feijão preto sofreu com liquidez baixa e estoques elevados. As condições de oferta, demanda e clima foram determinantes para o cenário atual, segundo o analista da Safras & Mercado, Evandro Oliveira.

Feijão carioca: equilíbrio tenso com preços sustentados

Após período de liquidez restrita e demanda enfraquecida, o feijão carioca avançou em outubro com uma recuperação técnica consolidada. Segundo Evandro Oliveira, a oferta segue controlada, majoritariamente formada por sobras de armazém e cargas pontuais de Minas Gerais e Goiás, muitas retidas pelos produtores à espera de melhores condições comerciais.

“A disponibilidade atual é formada, em grande parte, por sobras de armazém e cargas pontuais, muitas delas retidas pelos produtores”, afirmou o analista.

A qualidade do produto segue como fator decisivo nas negociações. Enquanto alguns lotes apresentam problemas de umidade e ressecamento, outros, como o tipo Dama, alcançam notas 9 e são altamente demandados por atacadistas e cerealistas, chegando a R$ 320,00/saca, com firmeza nos negócios e baixo risco de queda de preço.

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No varejo, a demanda se manteve seletiva, com compras pontuais. O mercado externo, por sua vez, sustentou os preços, mesmo com volumes limitados de exportação. A combinação de dólar valorizado e oferta controlada contribuiu para manter a estabilidade das cotações, apesar do consumo interno fraco.

Oliveira descreve o cenário como um “equilíbrio tenso: preços firmes, mas giro lento; compradores cautelosos, mas vendedores resistentes em reduzir valores”.

Clima e safra das águas influenciam perspectivas

O clima continuou sendo variável-chave em outubro. Chuvas irregulares, risco de estiagem localizada e frio tardio geraram preocupação sobre a instalação das primeiras lavouras da safra das águas. Combinado ao câmbio firme, esse cenário deve sustentar os preços até dezembro, quando as primeiras colheitas poderão redefinir o equilíbrio de mercado.

Feijão preto enfrenta liquidez baixa e excesso de oferta

Diferente do carioca, o feijão preto manteve liquidez mínima e negociações quase paralisadas. Apesar do suporte cambial e aumento das exportações, o volume embarcado ainda é insuficiente para reduzir o alto nível de estoques internos.

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As cotações ficaram estáveis em termos nominais, com referências FOB entre R$ 137 e R$ 138/saca em praças como Chapecó e Ponta Grossa. Segundo Oliveira, a aparente estabilidade esconde uma pressão moderada de baixa, causada pela ausência de compradores domésticos e lentidão do varejo, que opera com estoques de passagem.

O plantio da primeira safra no Sul avança lentamente devido a frio tardio, períodos de seca e alta presença de mosca-branca, fatores que elevam custos e exigem manejo mais intenso. Isso deve resultar em forte redução de área cultivada, especialmente no Paraná e Rio Grande do Sul, atuando como fator de sustentação futura dos preços.

Exportações seguem sendo o principal suporte, com embarques crescentes para países vizinhos da América do Sul e Caribe, impulsionados pelo dólar valorizado e boa aceitação do feijão brasileiro. Entretanto, a dependência do mercado externo deixa o setor vulnerável a variações cambiais e logísticas.

Fonte: Portal do Agronegócio

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