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Déficit de Armazenagem no Brasil: Desafios e Falta de Soluções Estruturais

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O Brasil enfrenta uma crescente escassez de infraestrutura para armazenagem de grãos, com o déficit de capacidade estática de armazenamento atingindo 118 milhões de toneladas em 2023, um aumento expressivo em relação aos 83 milhões de toneladas registrados no ano anterior. O alerta é dado por Isan Rezende, presidente da Federação dos Engenheiros Agrônomos do Estado de Mato Grosso (FEAGRO MT) e do Instituto do Agronegócio. O aumento do déficit reflete o crescimento contínuo da produção agrícola, especialmente de grãos, sem a devida expansão da infraestrutura de armazenagem.

Segundo Rezende, a falta de um planejamento estratégico eficaz tem levado à perda de produtos, prejuízos financeiros e a sobrecarga de gargalos logísticos. Esses fatores comprometem a eficiência do setor e afetam diretamente a competitividade do agronegócio brasileiro no mercado internacional. Ele enfatiza que a ausência de soluções concretas perpetua um ciclo de problemas recorrentes, prejudicando não apenas os produtores, mas também a economia do país.

Outro obstáculo significativo para os agricultores é a dificuldade em acessar linhas de financiamento adequadas. Além das altas taxas de juros e prazos incompatíveis, muitas dessas linhas exigem a hipoteca das áreas agrícolas como garantia, o que desestimula os investimentos em armazenagem. A burocracia no processo de obtenção de licenças ambientais, prévias e de operação para a construção de novos armazéns agrava ainda mais o quadro.

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Rezende alerta para a necessidade urgente de tratar esses desafios como questões prioritárias para o desenvolvimento nacional. Ele defende a implementação de políticas públicas que incentivem a construção de armazéns por meio de financiamentos acessíveis, a simplificação dos processos burocráticos e a formulação de um planejamento estratégico voltado para a eficiência e sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

Fonte: Portal do Agronegócio

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Mercado de feijão mantém preços firmes em outubro com oferta controlada e demanda cautelosa

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Mercado de feijão mantém preços firmes em outubro com oferta controlada e demanda cautelosa

O mercado brasileiro de feijão apresentou comportamento distinto em outubro, com diferenças marcantes entre os tipos carioca e preto. Enquanto o feijão carioca registrou estabilidade com leve tendência de alta, o feijão preto sofreu com liquidez baixa e estoques elevados. As condições de oferta, demanda e clima foram determinantes para o cenário atual, segundo o analista da Safras & Mercado, Evandro Oliveira.

Feijão carioca: equilíbrio tenso com preços sustentados

Após período de liquidez restrita e demanda enfraquecida, o feijão carioca avançou em outubro com uma recuperação técnica consolidada. Segundo Evandro Oliveira, a oferta segue controlada, majoritariamente formada por sobras de armazém e cargas pontuais de Minas Gerais e Goiás, muitas retidas pelos produtores à espera de melhores condições comerciais.

“A disponibilidade atual é formada, em grande parte, por sobras de armazém e cargas pontuais, muitas delas retidas pelos produtores”, afirmou o analista.

A qualidade do produto segue como fator decisivo nas negociações. Enquanto alguns lotes apresentam problemas de umidade e ressecamento, outros, como o tipo Dama, alcançam notas 9 e são altamente demandados por atacadistas e cerealistas, chegando a R$ 320,00/saca, com firmeza nos negócios e baixo risco de queda de preço.

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No varejo, a demanda se manteve seletiva, com compras pontuais. O mercado externo, por sua vez, sustentou os preços, mesmo com volumes limitados de exportação. A combinação de dólar valorizado e oferta controlada contribuiu para manter a estabilidade das cotações, apesar do consumo interno fraco.

Oliveira descreve o cenário como um “equilíbrio tenso: preços firmes, mas giro lento; compradores cautelosos, mas vendedores resistentes em reduzir valores”.

Clima e safra das águas influenciam perspectivas

O clima continuou sendo variável-chave em outubro. Chuvas irregulares, risco de estiagem localizada e frio tardio geraram preocupação sobre a instalação das primeiras lavouras da safra das águas. Combinado ao câmbio firme, esse cenário deve sustentar os preços até dezembro, quando as primeiras colheitas poderão redefinir o equilíbrio de mercado.

Feijão preto enfrenta liquidez baixa e excesso de oferta

Diferente do carioca, o feijão preto manteve liquidez mínima e negociações quase paralisadas. Apesar do suporte cambial e aumento das exportações, o volume embarcado ainda é insuficiente para reduzir o alto nível de estoques internos.

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As cotações ficaram estáveis em termos nominais, com referências FOB entre R$ 137 e R$ 138/saca em praças como Chapecó e Ponta Grossa. Segundo Oliveira, a aparente estabilidade esconde uma pressão moderada de baixa, causada pela ausência de compradores domésticos e lentidão do varejo, que opera com estoques de passagem.

O plantio da primeira safra no Sul avança lentamente devido a frio tardio, períodos de seca e alta presença de mosca-branca, fatores que elevam custos e exigem manejo mais intenso. Isso deve resultar em forte redução de área cultivada, especialmente no Paraná e Rio Grande do Sul, atuando como fator de sustentação futura dos preços.

Exportações seguem sendo o principal suporte, com embarques crescentes para países vizinhos da América do Sul e Caribe, impulsionados pelo dólar valorizado e boa aceitação do feijão brasileiro. Entretanto, a dependência do mercado externo deixa o setor vulnerável a variações cambiais e logísticas.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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