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Como a automação permite ao agronegócio superar desafios climáticos

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Desde então, o setor agrícola vem enfrentando desafios para alimentar a crescente população mundial, agravados pelas alterações climáticas que acenderam o alerta em toda a sociedade.

Especialistas do WEF (World Economic Forum) apontam que a agricultura é responsável por cerca de 23% das emissões de gases de efeito de estufa causadas pelo homem e utiliza até 92% da água doce do mundo. Além disso, de acordo com um relatório da WWF (World Wide Fund for Nature), cerca de 40% dos alimentos cultivados são desperdiçados.

E, segundo o Banco Mundial, as alterações climáticas e a insegurança alimentar e nutricional representam dois dos maiores desafios de desenvolvimento do nosso tempo. Os analistas afirmam que um sistema alimentar mais sustentável pode não só preservar o planeta, mas garantir a segurança alimentar para todos.

Um novo modelo de agricultura sustentável

O agronegócio precisa estar preparado para alimentar uma população global que deve chegar a 9,7 bilhões de pessoas até 2050. Mas, tradicionalmente, o aumento da produção alimentar tem estado associado à expansão agrícola e à utilização insustentável da terra e dos recursos, levando a um aumento das emissões.

Para mudar esse cenário, o Banco Mundial propõe o modelo de Climate-Smart Agriculture (CSA), uma abordagem holística para acabar com a insegurança alimentar e promover o desenvolvimento sustentável, ao mesmo tempo que aborda as questões das alterações climáticas. O CSA é um conjunto de práticas e tecnologias agrícolas que simultaneamente aumentam a produtividade, aumentam a resiliência e reduzem as emissões de gases de efeito estufa.

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Tecnologia é o caminho para a sustentabilidade financeira e ambiental

Esse novo modelo de agricultura depende basicamente da tecnologia para a sua implementação, de modo que o setor do agronegócio possa lidar com o aumento dos custos trabalhistas, as alterações climáticas e os custos crescentes decorrentes da perda e desperdício de alimentos.

E a resposta está na adoção da automação e da IA (Inteligência Artificial), capaz de entregar retornos mais rapidamente e com menor investimento do que uma reformulação global das operações.

Essa é a chamada Agricultura 4.0, ou agricultura de precisão, um desenvolvimento lógico dos sistemas de produção de alimentos, empregando estratégias de sensoriamento remoto e tecnologias incorporadas para gerenciar e controlar o desempenho geral.

A Agricultura 4.0 utiliza ferramentas de Internet das Coisas e Big Data para gerenciar o agronegócio, relacionando soluções de agricultura de precisão (sensores, inteligência artificial, robôs, drones) com Smart Farming, que utiliza ferramentas como software de gestão, análises e sistema em nuvem, na busca pelo desenvolvimento de processos e técnicas agrícolas.

Na agricultura de precisão, a previsão meteorológica em tempo real ajuda os agricultores nas decisões diárias sobre quando e quanto irrigar, fertilizar e aplicar pesticidas nas suas culturas.

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Além disso, a agricultura com ambiente controlado promete reduzir ainda mais o impacto climático. Estufas inteligentes são completamente automatizadas, geridas por algoritmos que garantem condições ideais para o crescimento das plantas, ajustando fatores como ventilação, iluminação artificial e aquecimento.

O perfil de risco das alterações climáticas na indústria alimentar e no agronegócio é complexo. O setor é altamente vulnerável aos efeitos das alterações climáticas, mas, com a automação, estará bem posicionado para mitigar esses riscos e se beneficiar das oportunidades de transição para um futuro mais sustentável.

A verdade é que os desafios urgentes exigem nada menos do que ações imediatas para explorar as possibilidades e implementar soluções. Precisamos de um modelo de agronegócio sustentável, eficiente e capaz de atender as demandas alimentares de todo o mundo. E a tecnologia e automação fazem parte desse caminho.

Por Fernando Cesar Rocha, coordenador de vendas da Mitsubishi Electric Brasil

Fonte: Intelligenzia

Fonte: Portal do Agronegócio

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Mercado de feijão mantém preços firmes em outubro com oferta controlada e demanda cautelosa

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Mercado de feijão mantém preços firmes em outubro com oferta controlada e demanda cautelosa

O mercado brasileiro de feijão apresentou comportamento distinto em outubro, com diferenças marcantes entre os tipos carioca e preto. Enquanto o feijão carioca registrou estabilidade com leve tendência de alta, o feijão preto sofreu com liquidez baixa e estoques elevados. As condições de oferta, demanda e clima foram determinantes para o cenário atual, segundo o analista da Safras & Mercado, Evandro Oliveira.

Feijão carioca: equilíbrio tenso com preços sustentados

Após período de liquidez restrita e demanda enfraquecida, o feijão carioca avançou em outubro com uma recuperação técnica consolidada. Segundo Evandro Oliveira, a oferta segue controlada, majoritariamente formada por sobras de armazém e cargas pontuais de Minas Gerais e Goiás, muitas retidas pelos produtores à espera de melhores condições comerciais.

“A disponibilidade atual é formada, em grande parte, por sobras de armazém e cargas pontuais, muitas delas retidas pelos produtores”, afirmou o analista.

A qualidade do produto segue como fator decisivo nas negociações. Enquanto alguns lotes apresentam problemas de umidade e ressecamento, outros, como o tipo Dama, alcançam notas 9 e são altamente demandados por atacadistas e cerealistas, chegando a R$ 320,00/saca, com firmeza nos negócios e baixo risco de queda de preço.

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No varejo, a demanda se manteve seletiva, com compras pontuais. O mercado externo, por sua vez, sustentou os preços, mesmo com volumes limitados de exportação. A combinação de dólar valorizado e oferta controlada contribuiu para manter a estabilidade das cotações, apesar do consumo interno fraco.

Oliveira descreve o cenário como um “equilíbrio tenso: preços firmes, mas giro lento; compradores cautelosos, mas vendedores resistentes em reduzir valores”.

Clima e safra das águas influenciam perspectivas

O clima continuou sendo variável-chave em outubro. Chuvas irregulares, risco de estiagem localizada e frio tardio geraram preocupação sobre a instalação das primeiras lavouras da safra das águas. Combinado ao câmbio firme, esse cenário deve sustentar os preços até dezembro, quando as primeiras colheitas poderão redefinir o equilíbrio de mercado.

Feijão preto enfrenta liquidez baixa e excesso de oferta

Diferente do carioca, o feijão preto manteve liquidez mínima e negociações quase paralisadas. Apesar do suporte cambial e aumento das exportações, o volume embarcado ainda é insuficiente para reduzir o alto nível de estoques internos.

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As cotações ficaram estáveis em termos nominais, com referências FOB entre R$ 137 e R$ 138/saca em praças como Chapecó e Ponta Grossa. Segundo Oliveira, a aparente estabilidade esconde uma pressão moderada de baixa, causada pela ausência de compradores domésticos e lentidão do varejo, que opera com estoques de passagem.

O plantio da primeira safra no Sul avança lentamente devido a frio tardio, períodos de seca e alta presença de mosca-branca, fatores que elevam custos e exigem manejo mais intenso. Isso deve resultar em forte redução de área cultivada, especialmente no Paraná e Rio Grande do Sul, atuando como fator de sustentação futura dos preços.

Exportações seguem sendo o principal suporte, com embarques crescentes para países vizinhos da América do Sul e Caribe, impulsionados pelo dólar valorizado e boa aceitação do feijão brasileiro. Entretanto, a dependência do mercado externo deixa o setor vulnerável a variações cambiais e logísticas.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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