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Boas Práticas na Colheita e Secagem Garantem Alta Qualidade da Mamona

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A mamona, embora tenha sua produção concentrada no Nordeste brasileiro, com destaque para a Bahia, tem experimentado um crescimento significativo em outras regiões. Desde 1987, a Embrapa tem trabalhado no desenvolvimento de cultivares e sistemas de produção adaptados ao Brasil, levando a um aumento de 100% na produtividade na safra 2022/2023, de acordo com estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A produção saltou de 42,8 mil para 91,4 mil toneladas.

Pamella Elimara Campos, engenheira agrônoma e consultora com experiência em genética e sementes de mamona, destaca que, na Bahia, a maioria do cultivo é realizada por pequenos produtores que utilizam variedades de porte mais alto e colhem manualmente. Por outro lado, em Mato Grosso e Goiás, onde a comercialização e o plantio de mamona híbrida são mais comuns, a colheita é mecanizada. Nessas regiões, a cultura ocupa grandes áreas devido à alta demanda pelo óleo de mamona, valorizado por suas propriedades únicas, como a composição de um único ácido graxo, que o torna um substituto potencial para derivados de petróleo.

A mamona híbrida é uma cultura avançada tecnologicamente, com um ciclo de 120 dias no campo. A genética atual da planta permite um controle mais eficiente com glifosato e adapta-se tanto a ambientes de sequeiro quanto irrigados, preferindo condições secas e tolerando melhor a falta de água do que o excesso.

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Para garantir a qualidade das sementes, a colheita deve ser realizada quando cerca de 70% dos frutos estão maduros, seguida de um processo de secagem controlada. Temperaturas acima de 40°C podem comprometer a qualidade fisiológica das sementes, sendo a secagem ideal feita a 40°C com frutos em torno de 25% de umidade. Evitar a colheita de frutos completamente secos é crucial para prevenir a dormência das sementes.

O armazenamento antes da secagem pode causar deterioração devido ao alto teor de umidade dos frutos na colheita. No caso de cultivares indeiscentes, os cachos podem ser armazenados diretamente, desde que a umidade não ultrapasse 10%.

Fernanda Rodrigues da Silva, gerente da Loc Solution, destaca a importância dos medidores de umidade na garantia da qualidade das sementes. O modelo 999ESI, da marca Motomco, possui uma curva específica para mamona e é capaz de armazenar mais de 500 curvas de produtos. “O 999ESI é um instrumento preciso e de última geração que ajuda a determinar o ponto exato de colheita, superando a dificuldade causada pela desuniformidade de maturação dos frutos”, afirma Fernanda.

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Para a indústria, o teor de óleo, acidez e a quantidade de impurezas são aspectos cruciais. No entanto, como é difícil controlar a qualidade intrínseca, as indústrias exigem que as sementes contenham no máximo 10% de marinheiros (sementes não descascadas) e estejam livres de impurezas como pedras e areia.

Rotação de Culturas

Pamella Elimara Campos explica que a mamona é frequentemente cultivada após a colheita da soja, substituindo culturas como milho, sorgo, girassol e crotalária. “Essa prática promove a rotação de culturas e traz benefícios agronômicos significativos”, destaca.

Um dos principais benefícios é a descompactação do solo, pois as raízes profundas da mamona melhoram a aeração do solo. Além de ser uma fonte de biocombustível, o óleo de mamona tem diversas utilidades, como em shampoos para crescimento capilar, lubrificantes para navios, aviões e satélites, e na produção de plásticos e calçados feitos totalmente de mamona.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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Agro atinge recorde de R$ 168,6 bilhões, impulsionada por café, soja e leite

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A agropecuária mineira entra em 2025 com cenário de otimismo e resultados históricos, reforçando seu papel de destaque na economia brasileira. Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o Valor Bruto da Produção (VBP) deve alcançar R$ 168,6 bilhões, aumento de 14,2% perante 2024. Esse salto reflete o vigor produtivo e a resiliência do campo mineiro diante de desafios climáticos e de mercado.

O levantamento, que reúne informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP), destaca o segmento das lavouras como principal responsável pelo avanço. Em 2025, a estimativa é de R$ 113,8 bilhões gerados pelas lavouras (alta de 17,6%), o equivalente a 67% do total da renda agropecuária estadual.

O grande protagonista é o café, que atingiu faturamento de R$ 59,2 bilhões, com incremento de 48,2%. Segundo técnicos da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa-MG), a safra foi impulsionada pela recuperação da produtividade e pelo preço valorizado no mercado interno.

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Outras culturas também contribuem para a alta: a soja chegou a R$ 18,5 bilhões (+10%), puxada pela demanda por óleo para produção de biodiesel. O milho expandiu quase 20%, totalizando R$ 7,9 bilhões. Apesar de retração em cultivos como cana-de-açúcar, banana, batata-inglesa e feijão, o resultado evidencia a diversificação produtiva e a capacidade de adaptação do setor agrícola mineiro.

No segmento pecuário, o estado projeta R$ 54,9 bilhões (alta de 7,6%) para 2025. O leite segue como carro-chefe, movimentando R$ 18,4 bilhões (+3%), seguido pela carne bovina com R$ 18 bilhões (+13,3%), frango (R$ 8,2 bilhões) e carne suína (R$ 7,4 bilhões).

Esses números positivos consolidam o protagonismo do campo mineiro, combinando tradição, adoção de tecnologia e práticas de sustentabilidade. A agropecuária de Minas Gerais segue como referência nacional em eficiência produtiva, empregabilidade e competitividade.​

Fonte: Pensar Agro

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