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Bolsas globais operam com cautela; Ibovespa recua 0,30% com fim da paralisação nos EUA

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Os mercados acionários em Wall Street mostravam-se nesta sexta-feira em um tom de cautela, enquanto investidores aguardam a divulgação de dados econômicos que estavam represados. A paralisação do governo dos Estados Unidos, que se tornou a mais longa da história do país, foi encerrada com a assinatura de um projeto de lei pelo presidente Donald Trump.

A retomada do funcionamento do governo norte-americano reabre a publicação de relatórios econômicos fundamentais para as decisões do Federal Reserve — embora a divulgação de alguns, como emprego ou inflação, possa não ocorrer conforme previsto.

Na manhã brasileira, o índice Dow Jones Industrial Average caía cerca de 0,18% para 48.167,81 pontos; o S&P 500 perdia 0,53%, situando-se em 6.814,89 pontos; e o Nasdaq Composite registrava queda de 0,87%, aos 23.192,28 pontos.

Na Europa, as bolsas fecharam em retração — o STOXX 600 recuou 0,61%; a CAC 40 (França) caiu 0,11%; o DAX (Alemanha) perdeu 1,39%; e o FTSE 100 (Reino Unido) teve baixa de 1,05%.

Nos mercados asiáticos, houve alta impulsionada pelas ações de novas energias na China e pela expectativa de dados de consumo e industrialização a serem divulgados: o principal índice de Xangai subiu 0,73% até 4.029 pontos; o CSI 300 avançou 1,21% para 4.702 pontos; Hong Kong ganhou 0,56% a 27.073 pontos; e Tóquio teve alta de 0,43% a 51.281 pontos.

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Desaceleração chinesa abala Ásia e contamina mercados

Entretanto, apesar da abertura positiva, as bolsas chinesas e de Hong Kong registraram uma reversão, sofrendo as maiores quedas em quase um mês após o recuo de Wall Street e a divulgação de dados fracos da economia chinesa.

O índice de Xangai caiu 1%, o CSI300 recuou 1,6% e o Hang Seng Index (Hong Kong) despencou 1,9%. As ações de tecnologia lideraram as perdas depois de vendas intensas nos EUA de empresas-chave de inteligência artificial — desencadeadas, em parte, pela menor probabilidade de corte de juros pelo Fed em dezembro.

Os dados mostraram que a recuperação econômica da China está perdendo ritmo: tanto a produção industrial quanto as vendas no varejo cresceram no ritmo mais lento em mais de um ano em outubro; os preços de casas novas caíram no patamar mensal mais forte em doze meses.

Brasil: Ibovespa recua com repercussão global e foco em resultados

No cenário doméstico, o índice Ibovespa registrou queda de 0,30%, encerrando o pregão aos 157.162 pontos.

O movimento reflete não apenas o ambiente externo — com o fim da paralisação nos EUA e a incerteza sobre dados econômicos —, mas também o direcionamento dos investidores aos resultados do terceiro trimestre de empresas brasileiras.

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Entre os fatores citados, estão o desempenho de empresas como Banco do Brasil, Rede D’Or São Luiz, Embraer e Localiza Rent a Car, que registraram recuos entre 1,1% e 2,4% no pregão analisado. Entre as commodities, a Vale teve pequeno recuo, enquanto a Petrobras avançou 0,9% com suporte das cotações do minério de ferro e do petróleo.

No acumulado de 12 meses, o Ibovespa apresentava valorização de cerca de 22,98%.

Panorama e o que observar à frente

Com a reabertura do governo dos EUA, os mercados globais esperam os próximos relatórios de emprego, inflação e atividade industrial — fatores com impacto direto sobre a política monetária do Fed.

A economia chinesa, essencial para o ciclo global de commodities, mostra sinais de arrefecimento, o que representa risco para países exportadores e pode influenciar as bolsas com maior peso em matérias-primas.

No Brasil, o foco se desloca para os balanços corporativos, ao passo que o ambiente externo e a oscilação das commodities mantêm a atenção dos investidores.

Para o agronegócio — principal setor de interface com o ambiente externo —, a conjuntura global e doméstica pode influenciar desde custos de insumos até demanda por commodities.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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Global Methane Hub lança fundo de US$ 30 milhões para reduzir emissões de metano no cultivo de arroz

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Fundo global vai financiar pesquisas para reduzir metano nas lavouras de arroz

O Global Methane Hub anunciou a criação de um fundo de US$ 30 milhões destinado a acelerar o desenvolvimento de tecnologias e práticas agrícolas voltadas à redução das emissões de metano no cultivo de arroz.

A iniciativa foi apresentada durante a Global CSA Conference, realizada nesta semana em Brasília, com organização da Clim-Eat, do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), do Ministério da Agricultura, Pesca, Segurança Alimentar e Natureza dos Países Baixos e da Universidade de Brasília (UnB).

Batizado de Acelerador de Inovação em Metano do Arroz, o programa tem como meta captar pelo menos US$ 100 milhões em recursos públicos e privados. O projeto já conta com o apoio de instituições internacionais como a Fundação Gates, Philanthropy Asia Alliance, Quadrature Climate Foundation e Temasek Life Sciences Laboratory.

Quatro frentes de pesquisa guiarão o desenvolvimento das soluções

O acelerador tem como objetivo ampliar as opções tecnológicas disponíveis para reduzir as emissões e melhorar a eficiência produtiva e hídrica da cultura do arroz.

Os investimentos se concentrarão em quatro áreas-chave de pesquisa:

  • Genética e fisiologia vegetal
  • Microbioma do solo
  • Agronomia
  • Medição de emissões
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A iniciativa prevê a criação de um roteiro de inovação que será lançado em 2026, com foco em desenvolver e validar soluções práticas para os diferentes sistemas de produção de arroz no mundo.

Arroz irrigado é responsável por 8% das emissões globais de metano

Atualmente, 90% das lavouras de arroz do planeta são cultivadas em áreas inundadas, condição que favorece a formação de bactérias produtoras de metano. Esse processo natural é responsável por 8% das emissões globais desse gás de efeito estufa e consome cerca de 40% de toda a água de irrigação utilizada na agricultura mundial.

Diante desse cenário, o programa tem como uma de suas prioridades estimular o cultivo de arroz aeróbico, produzido sem o alagamento das lavouras. Essa técnica, além de reduzir emissões, também diminui o consumo de água e aumenta a eficiência produtiva.

Brasil é referência em pesquisa e inovação no cultivo de arroz

O Brasil foi destacado como exemplo global na adoção de práticas sustentáveis e no desenvolvimento de tecnologias agrícolas. A Embrapa e diversas universidades brasileiras têm desempenhado papel central na pesquisa de sistemas de cultivo de arroz aeróbico de alto rendimento, integrados a rotações agrícolas economicamente viáveis e ambientalmente responsáveis.

“O Brasil está tendo grande sucesso em integrar o arroz aeróbico a sistemas de rotação, obtendo ganhos econômicos e ambientais. Isso está totalmente alinhado com a estratégia global que estamos construindo”, afirmou Hayden Montgomery, diretor do Programa de Agricultura do Global Methane Hub.

Redução do metano é essencial para segurança alimentar e ação climática

Segundo Montgomery, o metano é um gás de efeito estufa potente, mas de curta duração, e a sua redução é fundamental para conter o aquecimento global e garantir a segurança alimentar mundial.

“A transição para uma agricultura de baixas emissões é indispensável, mas ela não pode ocorrer às custas da produção de alimentos e dos meios de subsistência dos produtores”, destacou.

O novo acelerador vai complementar soluções de mitigação já existentes, como o método AWD (Alternate Wetting and Drying), desenvolvido pelo Instituto Internacional de Pesquisa do Arroz (IRRI), que reduz as emissões de metano entre 30% e 70% sem comprometer a produtividade.

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Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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